Boca de Cena oferece ao público oficina de Maquiagem para Teatro nesta sexta-feira

Campo Grande (MS) – A Boca de Cena – Mostra Sul-Mato-Grossense de Teatro e Circo 2016 ofereceu ao público na manhã desta sexta-feira o Diálogo Cênico com o tema “Maquiagem para Teatro – uma introdução à luz e sombra”. A oficina aconteceu no Teatro Aracy Balabaian do Centro Cultural José Octávio Guizzo e foi ministrada por Marcos Moura, do grupo Arte Riso Cia. De Animação, de Campo Grande (MS).
Marcos é artista plástico e trabalhou com conserto e confecção de bonecos. “Em 1996 participei do Festival de Teatro de Bonecos, durante uma semana, o que e fez pensar sobre as possibilidades que eu poderia alcançar com bonecos e máscaras. Comecei a pesquisar sobre maquiagem. Ia ao Museu Segall [em São Paulo] e lia muito, entendia o que procurava. Tive que aprender na raça. E aí comecei a fazer maquiagem de efeito para a noite do terror do Play Center. Fui para o IML [Instituto Médico Legal] para ver a coloração dos corpos, os hematomas”.
Ao início da oficina Marcos explica o que é a maquiagem para o teatro. “Não é como a maquiagem de estética. Os traços são mais grossos. O que interessa é o resultado. Eu não dou acabamento total, delicado, porque são detalhes que no teatro você não consegue observar. Maquiagem é luz e sombra. Cada rosto tem um traço. As linhas de expressão mais fortes te dão mais recursos para trabalhar. A maquiagem de efeitos para fazer feridas é uma miscelânea de cores, sempre com luz e sobra. Uso tinta de rosto, corporal, para maquiagem artística.”.
Foram escolhidos dois voluntários participantes da oficina para serem maquiados com os efeitos de luz e sombra. “Tudo o que é profundo, escurece. Tudo o que é saltado clareia. Se eu clareio, eu dou volume”, explica Marcos, enquanto realiza a maquiagem. “Tem que haver uma junção com a iluminação. O ideal é fazer a maquiagem e depois testar na luz. No teatro é tudo longe”, por isso ele pediu que os participantes fossem ao fundo do teatro para que vissem o resultado da maquiagem feita em um dos voluntários. “Você não tem que ver se está bonito, mas se dá o efeito que você quer no público”.
Adilson da Costa Oliveira é ator e diretor e atualmente cursa Artes Cênicas na Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul. Ele aproveitou a oportunidade para fazer a oficina, porque, segundo ele, quase não tem esse tipo de atividade aqui. “Trabalho na produção da Mostra. Quando a gente monta um espetáculo, ao produzir um personagem, se tivermos uma noção de maquiagem facilita muito”.
Alessandra Tavares, que trabalha na Secretaria de Educação de Amambai e ministra cursos para professores, explica que como o aluno não tem noção da atividade, ela tem que passar, ensinar. “Fiz o curso de maquiagem a última vez em 2007, estou precisando de reciclagem para passar aos professores. Trabalho bastante a maquiagem artística”. Alessandra é formada em Teatro, Cinema e Televisão pela Actor School Brasil, de São Paulo.
Silvia Echeverria, professora de dança e teatro na Apae, disse ser apaixonada por maquiagem. “Uso as técnicas dentro do meu trabalho. Vai ter um festival e a gente vai precisar usar essas técnicas com os alunos”.
Regina Duarte Martins é professora de Artes do EJA e afirmou que toda vez que faz uma oficina ela aprende alguma coisa nova. “Mesmo que a gente já tenha noção, a gente aprende. Eu vou utilizar na escola as coisas novas que eu estou aprendendo aqui. Tenho dois alunos que se encantaram pela arte e vão prestar vestibular para esta área”.
Ao final da oficina foi feita uma maquiagem artística completa em uma voluntária. Durante a atividade, Marcos explicou que o talco é usado na fixação da maquiagem, para evitar que saia com o suor. “Para cada tipo de trabalho, um tipo de material. Pancake tem menos fixação, a cremosa dá mais vivacidade, tem a pastosa. Numa próxima vez eu posso ensinar a usar o látex, a prótese”.
A Boca de Cena – Mostra Sul-Mato-Grossense de Teatro e Circo 2016 continua sua programação nesta sexta-feira. Os atores Leandro e Phillipe Faria, da Cia. Teatro Dois, de Campo Grande, ministram, das 13 às 15 horas, na Sala Conceição Ferreira do Centro Cultural José Octávio Guizzo, o Diálogo Cênico com o tema “A Construção da Narrativa no Teatro: Dramaturgia e Trilha Sonora”. E à noite, às 20 horas, no teatro Aracy Balabanian, o grupo Aplausos Cia. Teatral, de Campo Grande (MS), encena o espetáculo “Cadê?!”. A entrada é franca.

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