Paraná comemora avanços em 30 anos de luta contra a Aids

O primeiro caso confirmado de Aids no Paraná foi registrado em 1984, em Curitiba. Ao longo desses 30 anos de luta contra a doença, muita coisa mudou. Com o Programa de Controle da Aids, do Governo do Estado, a população tem agora acesso a diversas formas de prevenção, diagnóstico facilitado e garantia do tratamento gratuito da Aids na rede pública de saúde.

Para marcar a data e comemorar os avanços no enfrentamento da Aids, uma série de atividades estão sendo realizadas em todo o Estado para informar à população que a doença é um problema real. Anualmente, 2 mil casos novos de HIV ou Aids são registrados em média no Paraná, o que reflete em mais de 500 mortes por ano.

Em Curitiba, o Hospital de Campanha do Governo do Estado ficará montado na praça Rui Barbosa nesta segunda-feira (1) para ofertar gratuitamente testes rápidos de diagnóstico do HIV. A ação acontece das 9h às 17h e conta ainda com distribuição de preservativos, materiais educativos, exposição de fotos e outras atividades culturais.

O estudante Lucas Morais, 24 anos, foi até o local na manhã deste sábado (29), primeiro dia da ação, e fez o teste em 30 minutos. “É sempre bom saber como está a nossa saúde. A facilidade de fazer o exame aqui na praça e ter o resultado na hora ajuda a gente que não tem muito tempo para ir a um posto de saúde”, contou.

Durante a solenidade de abertura das comemorações ao Dia Mundial de Luta contra a Aids, celebrado em 1 de dezembro, a Secretaria Estadual da Saúde também homenageou profissionais de saúde e entidades que tiveram destaque no enfrentamento da Aids nos últimos 30 anos.

Entre as homenageadas estava a médica Rosana Camargo, que dedicou grande parte de sua carreira ao cuidado e tratamento dos pacientes com HIV. Rosana faz parte da Associação dos Amigos do Hospital Oswaldo Cruz, entidade que apoia as pessoas em tratamento no hospital, que é referência estadual na área.

“Frente à realidade que tínhamos há 30 anos, hoje estamos bem melhores quanto às tecnologias de diagnóstico e tratamento. Apesar disso, ainda há o preconceito e o estigma da doença que precisa ser combatido”, disse Rosana.

TRATAMENTO - Dados da Secretaria Estadual da Saúde apontam que até 2013, 37.386 pessoas foram infectadas pelo vírus HIV no Paraná. A estimativa é que cerca de 20 mil ainda convivam com o vírus, embora apenas de 16.744 paranaenses estejam realizando o tratamento.

Desde o ano passado, todas as pessoas com diagnóstico de HIV devem ter acesso imediato ao tratamento, independente de apresentar sintomas da Aids ou não. Isso revela que quase 4 mil pessoas estão aptas, mas ainda não iniciaram o tratamento.

De acordo com o superintendente de Vigilância em Saúde, Sezifredo Paz, é importante que essas pessoas busquem uma unidade de saúde o mais rápido possível. “O tratamento é essencial para garantir mais sobrevida e qualidade de vida ao paciente. Apesar de a Aids não ter cura, é possível que a pessoa tenha uma vida normal”, ressaltou Paz.

NOVA FASE - Segundo ele, o enfrentamento da Aids vive hoje um novo momento. “Com a implantação da notificação obrigatória e do teste rápido de diagnóstico do HIV em todos os 399 municípios do Paraná, não teremos mais uma epidemia silenciosa. Isso permitirá que saibamos a real situação da doença no Estado, além de desenvolver estratégias focadas para conter o seu avanço e evitar novos casos”, disse.

Do total de casos confirmados de Aids e HIV no Paraná, metade foi identificada nos últimos nove anos. Somente no ano passado, 1.470 foram diagnosticados com a doença e 1.161 com o vírus. Levando em conta apenas a Aids, houve uma redução de 5% no número de casos se comparado com os dados de 2012. Contudo, em relação aos portadores de HIV registrou-se um aumento de 72%, visto que em 2012 foram confirmados apenas 672 novos casos.

A coordenadora do Programa Estadual de Controle das DSTs, Aids e Hepatites Virais, Elisete Ribeiro, explica que a tendência é que o número de casos de HIV realmente cresça na medida em que as pessoas procurem realizar os exames de diagnóstico. “Muitas pessoas podem ter o vírus e ainda não sabem. Por isso, é importante que a população lembre sempre que o sexo seguro é a melhor forma de prevenir esse tipo de doença”, destacou Elisete.

PERFIL - Atualmente, o principal alvo das campanhas de conscientização sobre doenças sexualmente transmissíveis é o jovem, sobretudo na faixa etária entre 20 e 39 anos. “É nesta idade que se concentra a maior parte dos casos. Entretanto, é preciso deixar claro que a Aids atinge pessoas de todas as faixas etárias, sexos, raças, classes sociais e orientações sexuais”, alertou Elisete.

Após análise do perfil dos casos de Aids no Paraná, o Governo do Estado criou a Rede de Protagonismo Juvenil na Prevenção das DSTs e Aids. Há três anos, a rede vêm mobilizando estudantes de 2,2 mil colégios estaduais e 64 universidades públicas e privadas no sentido de levar a discussão da prevenção para dentro das salas de aula.

Um dos projetos de protagonismo juvenil de destaque é o “VHIVER”, do Colégio Estadual Rodolpho Zaninelli, em Curitiba. Lançado em 2013, a iniciativa envolve cerca de 60 alunos que desenvolvem oficinas temáticas tratando sobre sexualidade, prevenção do HIV/Aids e uso de drogas. A base do projeto é investir no diálogo, de jovem para jovem.

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