Governo opta por política ultrapassada ao renovar incentivos à indústria automobilística, afirma Cristovam


Da Redação
O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) questionou em Plenário, nesta quinta-feira (30), as vantagens da decisão do governo em prorrogar por mais dois meses, até o fim de outubro, as isenções fiscais para o setor automobilístico. Para o senador, apesar dos ganhos de curto prazo, a medida está ajustada a um tipo de política econômica antiquada e de baixa qualidade em termos sociais e ambientais.
Na avaliação do senador, de imediato a medida ajudar a manter empregos na indústria automobilística e até ajudar os compradores dos veículos com redução nos preços. No entanto, outros efeitos negativos estão associados, inclusive pelos impactos sobre a já comprometida mobilidade urbana.
- Esse é o caminho? Não é porque não cabem mais automóveis nas ruas. Automóvel é para reduzir o tempo que a gente leva de um lugar para outro, mas hoje não diminui – afirmou.
Outro problema seria o endividamento das famílias, já que de modo geral ninguém tem renda suficiente para comprar carros sem financiamento. Ainda disse que, para beneficiar o setor o governo abrirá mão de R$ 5 bilhões em tributos, num momento em que há queda de arrecadação e carência de recursos em outras áreas.
Se a intenção era estimular os fabricantes de veículos, assinalou Cristovam, talvez foi mais positivo incentivar ônibus para o transporte coletivo. Disse que estimular o transporte individual significará mais engarrafamentos nas cidades, aumento da poluição e ainda mais acidentes.
Cristovam observou que, nos últimos 50 anos, o debate econômico foi marcado por duas teses antagônicas e insuficientes. De um lado, a ideia de que primeiro é necessário fazer crescer o “bolo” da economia, para depois dividir os resultados. Do outro, a crença de que era necessário repartir o “bolo”, com distribuição de renda, para que o consumo estimule a atividade econômica.
No entanto, ele disse que ninguém sobre o “sabor” que esse bolo precisa ter. Na sua avaliação, esse sabor foi “amargado” pelo baixo resultado das políticas públicas e da qualidade de vida da maioria da população, o que se afere pelos engarrafamentos nas cidades até a oferta de “falsas escolas” para as crianças.
- O bolo do crescimento brasileiro não produziu o bolo que a gente gostaria – constatou.
Em aparte, o senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) disse ao colega que suas observações eram pertinentes e merecem reflexão. Comentou que, no âmbito da Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA), que preside, está sendo debatida a construção de indicadores que sirvam para mensurar “os resultados da economia”, e não sua movimentação, como é o caso do Produto Interno Produto (PIB).
Agência Senado

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