Todos os lados de Eliane


Quem a vê, nao imagina que Eliane seja uma mulher muito determinada.
Ela parece ter conseguido tudo que sempre quis,, realizados seus sonhos
e de todos nós pobres mortais. Um corpo de formas perfeitas
invejaveis, um sorriso de covinhas arrebatadoras. Vivendo uma fase
profissional melhor impossível. É preciso ser uma mulher de fibra para chegar onde
chegou!
Será que falta mais alguma coisa? Descubra agora, nesta entrevista exclusiva
ao Journal Petit Enfant.
Espontânea, carismática e dona de uma beleza incomum Eliane chegou de um
jeito manso , meio menina em nossa redação. Em pouco tempo, contagiou toda a
equipe com seu carisma." Nâo escondo nada de Ninguem. Mas tambném sou
muityo tranquila. Se mexem comigo sou brava. Muito Brava. Procuro fazer sempre
o bem: para colher assim. Quando me vejo em uma situação difícil, recorro a uma
arma secreta, o meu sorriso. Ele é a minha arma, é a minha proteção, explica e conta
segredos em um bate-papo exclusivo e descontraído.

Journal Petit Enfant - Como é a sua convivência com a família?
Eliane - Aprendi a honrar muito a minha família, a união, a força para batalhar e sobreviver.Acho que carregamos isso. Viver com eles ajudou na minha formação . Aprendemos a estar
uns com os outros em todos os momentos , os bons e ruins.

Journal Petit Enfant - O que você gosta de ler?
Eliane - Clarice Lispector, Cora Coralina. Adoro os livros dela( Clarice). Ela escrevia de uma forma
muito feminina. gosto muito de " Perto do Coraçao Selvage e Felicidade . Com Este ultimo conto
eu me identifico mais. Gosto da associação que ela faz com as rosas

Journal Petit Enfant - Fale uma frase que defina esse seu momento?
Eliane - Quero viver o presente, com meus improvissos e aprendizados, a cada dia. A hora é agora

Journal Petit Enfant - A relegião tem um papel importante em sua vida?
Eliane - Sim

Journal Petit Enfant - O que mudou em você, depois que se tornou mae? Como linda com a responsabilidade de educar um filho nos dias de hoje?
Eliane - Mudou tudo! Pois ainda nao conhecia esse amor absoluto, só possível entre pais e
filhos! Enobrece, nos deixa menos egoista, mais a mercê da naturezaq e do divino, é lindo!
Ja a responsabilidade, é proporcional a esse amor, isto é, imensa e eterna, mas uma deliciosa
jornada

Journal Petit Enfant - Algum luxo, sonho ou conquista ainda nao realizado?
Eliane - Meus sonhos são muitos ligados ao trabalho, aos in[úmeros afazeres como Educadora e
ao trabalho social que realizo, e claro, pretendo ampliar



Journal Petit Enfant - Que ligação e importância você pode nos relatar, a respeito da Educação e Meio Ambiente?
Eliane - A educação, compreendida enquanto processo de aprendizagem integral do ser humano, tem princípio norteador a formação de seres conscientes de sua responsabilidade com vida, manutenção da vida e de seu papel como agentes de transformação sócio-cultural. A construção do conhecimento está comprometida com a valorização da multidimensionalidade humana, e não somente com a transmissão de informações, regras e fórmulas. Neste sentido, os sentimentos; emoções; intuições; e a espiritualidade, são aspectos que compõem e enriquecem o processo de aprendizagem integradora. Ao incluir os aspectos multidimensionais do humano, legitimando as contradições e os conflitos, a essência da aprendizagem consiste em promover o sentido de pertinência e reverência pela vida, concebendo para isto a construção consciente de valores que sustentam a harmonia de compartilhar nossa "casa mundial". Quanto a estes valores, podemos citar: a convivência, a cooperação, o respeito, a tolerância, a justiça e a interdependência.

O termo casa mundial foi trazido pelo pacifista norte americano Martin Luther King, que nos diz que todos nós herdamos uma grande casa na qual temos que aprender a viver juntos: negros, brancos, índios, judeus, católicos, mulçumanos, hindus... Temos sido já há um tempo treinados a nos ver separados uns dos outros, mas isto de fato não ocorre. O mesmo ocorre com a estrutura do ensino clássico formal, que explica o mundo sob uma ótica fragmentária: as aulas de física não se comunicam com as de português; nem as de matemática com as de geografia, nem história com as de biologia, e assim por diante. É como se houvesse compartimentos específicos no cérebro do aluno para armazenar as informações trazidas pelas disciplinas. Assim, o conhecimento não se contextualiza e o processo de aprendizagem se torna chato e enfadonho. Esta estrutura de pensamento fragmentada consiste na essência dos graves problemas ambientais e sociais que estamos enfrentando. A fragmentação do pensamento obscurece a vista de que nossas ações e escolhas remetem e repercutem em causas e efeitos, que por sua vez gerará mais causas e outras tomadas de decisões, e novamente novas causas surgiram.

O movimento causa-efeito-causa é, assim, em espiral e ininterrupto. Por exemplo, se falamos tanto hoje de aquecimento global é porque optamos por certo conforto em nossas vidas que nos custou um rápido desajuste no equilíbrio da Terra. Se opto em ir de carro para o trabalho, ou consumir produtos de certa empresa poluente, certamente o pensamento nos diz (ou deve ter dito) que esta pequena ação em pouco ou quase nada mudará as condições climáticas do planeta. Hoje, ao tratar do exemplo das questões climáticas, já sabemos que não é bem assim, porém ainda há muita resistência em, de fato, mudar as atitudes e práticas cotidianas. Queremos respostas rápidas, lógicas e objetivas para eliminar nossos problemas. Porém, para encontrar respostas duradouras e eficazes para os problemas da crise ambiental e social precisamos ampliar nossa percepção dos sentidos e compreender o todo cósmico ao qual fazemos parte, e isto não é tarefa fácil e nem rápida pois requer um trabalho sensível e de auto-conhecimento. Sendo assim, a educação integral do ser humano propõe trabalhar toda a dimensão do ser humano, e não somente parte dele. Ao se conhecerem melhor, ao se dispor do exercício constante de auto-conhecimento, esperamos que nossas crianças e jovens possam enxergar mais o meio em que vivem e legitimar a dignidade da vida no planeta.


Journal Petit Enfant - Como você analisa as propostas de projetos desenvolvidos em instituições não-governamentais, escolas e do próprio Governo? Há avanços?
Eliane - Há avanços, se pensarmos que estamos todos num processo de aprendizagem na qual os erros são fundamentais neste processo. Desde a década se 1970 vem se falando cada vez mais nos problemas ambientais. Fato este que teve grande visibilidade com a ECO 92 e hoje ainda mais com a repercussão da crise climática. Porém, ainda sinto falta de projetos que trabalhem o humano. Muitos projetos e propostas ainda são sustentados por apelos técnicos e racionais, de ações pontuais e localizadas. Os grandes projetos ambientais conhecidos cuidam de animais específicos, como golfinhos, tartarugas, ursos, baleias. Ou tratam de propostas conservacionistas para cuidar de determinada área contra ação humana predatória.

Claro que estes projetos são importantíssimos. Mas ainda fala-se pouco em cuidar do coração humano. Há um simpático esquimó conhecido por Uncle, que nos diz que o problema do aquecimento global é derreter o gelo do coração do homem. É disto que estou falando. Pouco ou nada adianta altos investimentos em tecnologia para lidar com os problemas ambientais senão cuidarmos com o que de fato interfere no equilíbrio da terra: a complexidade do ser humano. Acredito, que enquanto planeta vivo, a Terra criará recursos para se auto-salvar. O problema é a assegurar a vida digna de nossa espécie, e mais, é cuidar para que tenhamos consciência do que temos feito uns com os outros e com as outras espécies que compartilhamos este planeta.





Journal Petit Enfant A questão do Meio Ambiente está presente na formação dos estudantes em curitiba? Qual a função que a Escola deveria ter quando o assunto é Ecologia, Preservação e Meio Ambiente?
Eliane - Muitas escolas, creio que talvez a maioria, vem tratando das questões ambientais com seus alunos. Porém, ainda estão amarradas à estrutura tradicional curricular que consiste na transmissão de conteúdos. Há muita diferença entre receber informações sobre uma determinada espécie de árvore na sala de aula e ter um contato sensível, por meio da percepção dos sentidos, com esta mesma árvore. A informação sobre a espécie provavelmente será decorada pelo aluno, e depois de algum tempo será esquecida. Ou poderá não lhe fazer sentido algum ouvir a fala do professor sobre tal assunto. Já a experiência, além de consistir em um aprendizado que se internaliza, que é obtido não só por vias racionais, mas também pelo tato, pela escuta, pela visão, este aprendizado pode tornar-se uma experiência afetiva e a recordação não é de utilidade para hora da prova, mas é guardada no decorrer da vida. Assim, trabalhar a experiência é uma maneira de por em prática o conteúdo
aprendido. É complementar e fortalecer o ensino da sala de aula.




Journal Petit Enfant Como a Arte pode estar a favor desta educação? Há projetos estruturados nesta área?
Eliane A arte possibilita o contato interno, estimula a intuição e a sensibilidade. A arte, enquanto estratégia de ensino, promove experiências de auto-conhecimento, e conforme já dito, estas experiências promovem a conexão do permanente movimento entre externo e interno. Quanto mais descubro e compreendo dentro de mim, mais descubro e compreendo do mundo que me é externo e mais posso compreender do outro, do meio. Além disto a experiência artística pode estimular o pensar autêntico e criativo, que são aspectos importantes na formação de sujeitos protagonistas e autorais de seu viver, legitimando as diferenças entre cada indivíduo, ou seja a nossa biodiversidade de natureza e nossa diversidade enquanto seres da mesma espécie.

Journal Petit Enfant Sabe-se hoje de diversas ações ligadas a arte e educação que se voltam para um determinado assunto, como Preservação, Educação Sexual, Segurança no Trabalho entre outros. Como você vê essas ações?
Eliane - Depende de como são trabalhadas. Penso que estas ações destinadas a formação de crianças e jovens devem valorizar o divertimento e a brincadeira. Se for muito sério e explicativo provavelmente as crianças e jovens se dispersarão. Também, ao tratar de jovens, estas ações devem se preocupar em evitar o discurso moralista, e privilegiar o diálogo e a escuta do que os jovens também tem a dizer.

Journal Petit Enfant - Pensando ainda neste assunto, também constata-se diversos grupos de artistas que focam seus trabalhos na apresentação de espetáculos, voltados para a escola, com o tema "Meio Ambiente". Isso auxilia ou distância os alunos deste assunto? Qual a melhor forma de trabalhar este tema sem cair no simplismo e na banalidade?
Eliane - Também não é uma resposta fácil, pois dependerá em saber como está sendo trabalhado. Penso que este tipo de trabalho deva-se se preocupar em não causar sentimentos como culpa e desesperança. Por exemplo, uma peça teatral que promove uma encenação de como o ser humano vem destruindo a natureza, e como somos maus e cruéis, pouco terá efeito educativo, pois o potencial de mudança e transformação será pouco desenvolvido, visto que as crianças e adolescentes se sentirão frustrados e impotentes, facilitando assim o pensar "já que o mundo irá acabar mesmo, eu não posso fazer mais nada". A preocupação pedagógica, neste caso, deve ser sim de orientar o estado mundial que nos encontramos, mas estimular sentimentos de inspiração para a transformação e mudança.

Journal Petit EnfantA respeito do seu trabalho, quais as dificuldades que encontra? Que mudanças devem ocorrer no âmbito educacional e governamental para uma melhor aceitação e compreensão dos temas tratados nesta entrevista?
Eliane -Sinto que ainda estamos num processo de iniciação deste tipo de trabalho. Ainda fala-se pouco sobre o assunto no meio acadêmico, empresarial, escolar e mesmo em organizações do terceiro setor. Mas mesmo assim tem sido valiosa a ousadia daqueles que se propõe a tratar de questões internas numa sociedade materialista que valoriza as aparências externas. Creio que, com a sabedoria da lentidão, estamos mostrando ao que viemos.

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